sexta-feira, 15 de abril de 2011

INTERTEXTUALIDADE

A TERRA DOS MENINOS PELADOS

Conta à história de Raimundo, alvo das chacotas dos colegas por ser calvo e ter um olho azul, outro preto. Conformado a princípio com a situação, experimentando assinar-se Dr. Raimundo Pelado pelos muros, acaba resolvendo ir, certa hora, para a terra de Tatipirun, onde "todos os caminhos são certos" e se aplainam para ele passar. Em Tatipirun, embora muito diferentes entre si, os meninos são todos calvos, têm um olho preto, outro azul, as cigarras tocam suas músicas em grandes discos, as laranjeiras se curvam para oferecer suas laranjas aos passantes. Vindo de Cambacará, Raimundo estranha as vestimentas dos garotos, iguais às teias que viu serem fabricadas pelas aranhas vermelhas, e se vê dentro de um mundo inteiramente plástico, capaz de se comprimir e descomprimir para lhe oferecer conforto físico, conforto moral. Integrando-se gradativamente à terra, Raimundo vai conhecendo Pirenco, Talima, Sira, um menino-anão e Caralâmpia, a menina que virou princesa e tem nos braços pulseiras de cobra coral, no peito um broche de vaga-lume. Procurando sempre os maquinismos ocultos, preocupado com a lição de geografia, e retificando a lição de geografia, Raimundo atravessa essa terra toda feita de diferenças, onde se reordenam alguns conceitos que possuía. Apesar de ser insistentemente convidado a ficar em Tatipirun, volta para Cambacará. Tendo partido com o dever de geografia física por fazer, volta com a clareza de uma geografia política a construir, e a lição de aristocracia que lá fora procurar

OBRAS QUE APRESENTAM INTERTEXTUALIDADE:
Uma maré de desejos – Georgina da Costa Martins
Vidas secas – Graciliano Ramos
Capitães da areia – Jorge Amado
Chapeuzinho amarelo - Chico Buarque
A galinha preta – Martina Schlossmacher e Iskender Gider

Nenhum comentário:

Postar um comentário